As mudanças climáticas estão transformando radicalmente a agricultura brasileira, e o seguro rural emerge como ferramenta essencial para garantir a continuidade da produção no país. Com eventos extremos cada vez mais frequentes, o governo federal sinaliza um aumento significativo nos recursos destinados ao Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) para o Plano Safra 2025/26.
Ampliação do orçamento para o seguro rural
O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou recentemente que o programa de Seguro Rural deve receber um aumento de verba no próximo Plano Safra. “O Plano Safra está sendo discutido. Os dois últimos foram recordes, e este precisa ser ainda maior. O Seguro Rural vai ter que crescer. As mudanças climáticas são uma realidade”, destacou durante o 3º Congresso da Abramilho.
Atualmente, o programa conta com um orçamento de R$ 1 bilhão, mas a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defende a destinação de R$ 4 bilhões para a próxima edição do plano. O pedido é justificado pelas recentes enchentes no Rio Grande do Sul, que causaram bilhões em perdas na safra.
A urgência da proteção no campo
Dados da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) mostram que apenas 7,7% da área agrícola brasileira, cerca de 7,3 milhões de hectares, possui cobertura de seguro rural. Este número está muito abaixo do necessário para garantir a segurança financeira dos agricultores diante do aumento das perdas climáticas.
“O seguro rural não é apenas uma proteção financeira, mas uma ferramenta de gestão de riscos que permite ao produtor continuar investindo mesmo após eventos climáticos adversos”, explica a corretora de seguros Ittu, que atua no segmento agrícola.
Novas regras para o seguro rural
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) colocou em consulta pública uma norma voltada para o seguro rural que estabelece diretrizes relacionadas a questões ambientais, sociais e climáticas. A iniciativa busca alinhar os normativos da Susep ao Plano de Transformação Ecológica do Governo Federal.
A proposta visa garantir que segurados tenham acesso rápido à subvenção e à indenização, além de criar mecanismos para evitar que propriedades não aderentes às regras ASG (Ambiental, Social e de Governança) consigam acesso ao seguro.
“Esta é uma mudança importante que beneficia produtores que adotam práticas sustentáveis”, destaca a Ittu. “Propriedades que seguem critérios ambientais e sociais terão mais facilidade para contratar o seguro rural, o que incentiva a adoção de práticas mais responsáveis no campo.”
Desafios para a expansão do seguro rural
Apesar do aceno positivo para o aumento de recursos, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirma que encontrar espaço no orçamento para ampliar os recursos do programa ainda é um desafio.
“Queremos inovar no Seguro Rural. Mas, não basta dizer que precisam de R$ 4 bilhões. É dizer de onde tirar esses R$ 4 bi. O orçamento público é praticamente o mesmo dos últimos anos. É um desafio conseguir arrumar espaço”, disse o ministro.
Como o produtor pode se proteger
Diante deste cenário de incertezas climáticas, a Ittu recomenda que produtores rurais:
- Não esperem o último momento: A contratação do seguro rural deve ser planejada com antecedência.
- Conheçam as opções disponíveis: Existem diferentes modalidades de seguro rural, cada uma adequada a um tipo de cultura e região.
- Busquem orientação especializada: Um corretor especializado pode ajudar a encontrar a melhor cobertura para cada realidade.
- Adotem práticas sustentáveis: Propriedades que seguem critérios ambientais terão mais facilidade para contratar seguros no futuro.
O seguro rural representa não apenas uma proteção financeira, mas uma garantia de continuidade para a atividade agrícola brasileira, especialmente em tempos de instabilidade climática. Com as mudanças previstas para 2025, o momento é oportuno para produtores reverem suas estratégias de proteção.
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