O setor de seguros brasileiro está vivendo uma revolução tecnológica que começou há décadas, mas que agora atinge seu auge com a inteligência artificial e outras tecnologias avançadas. Esta transformação não apenas moderniza processos, mas também muda fundamentalmente a relação entre seguradoras e clientes.
Os primeiros passos da tecnologia no mercado segurador
A jornada da transformação digital no setor de seguros começou muito antes do que imaginamos. Em 1990, o então presidente da Federação Nacional de Seguros Privados e Capitalização, Rubens dos Santos Dias, já destacava a importância da formação de especialistas em informática para o setor.
“De nada adianta uma empresa promover sua total modernização, adquirindo equipamentos, incorporando tecnologia ou desenvolvendo mecanismos de ‘soft’ ou ‘hard’, sem que o seu pessoal acompanhe este desenvolvimento”, afirmava Rubens, em uma visão que se mostraria profética.
Naquela época, o uso de computadores para manter operações funcionando à distância já era considerado inovador. Hoje, isso parece básico diante das tecnologias que transformam o setor.
A revolução atual: IA, big data e automação
O que antes era apenas uma previsão se tornou realidade. Rubens dos Santos Dias vislumbrava que “sistemas especializados poderão sugerir a tomada de decisão diante de determinados problemas, a partir de um simples comando vocal”. Hoje, assistentes virtuais e sistemas de IA fazem exatamente isso e muito mais.
A transformação digital no setor de seguros agora inclui:
- Inteligência artificial: Utilizada para análise de riscos, detecção de fraudes e atendimento ao cliente.
- Big data: Análise de grandes volumes de dados para precificação mais precisa e personalizada.
- Automação de processos: Redução de burocracia e agilidade em cotações, contratações e regulação de sinistros.
- Aplicativos móveis: Permitem que clientes gerenciem suas apólices e reportem sinistros instantaneamente.
“A tecnologia está transformando completamente a experiência do cliente com seguros”, explica a corretora Ittu. “Processos que antes demoravam dias agora são concluídos em minutos, com muito mais transparência e menos burocracia.”
Resultados concretos da transformação digital
Uma pesquisa recente da CNseg revelou que 84% das empresas do setor alcançaram suas metas de melhorias na experiência do cliente através da tecnologia. Além disso, 56% das seguradoras afirmaram ter obtido ganhos significativos com a inserção de novas tecnologias.
O volume de investimento é expressivo: aproximadamente R$ 20 bilhões foram investidos em tecnologia em 2024, representando 2,6% do faturamento das empresas do setor.
“A inovação no setor de seguros é inerente à estratégia da maioria das empresas: 92% das seguradoras apontam que a inovação ocorre de maneira estruturada e colaborativa dentro do mercado”, destaca Dyogo Oliveira, presidente da CNseg.
O futuro: o que esperar da tecnologia em seguros
A transformação digital do setor de seguros está apenas começando. As tendências para os próximos anos incluem:
- Seguros paramétricos: Contratos que utilizam dados objetivos (como índices pluviométricos) para acionar pagamentos automáticos, sem necessidade de vistoria.
- Internet das Coisas (IoT): Dispositivos conectados que monitoram em tempo real veículos, residências e até a saúde dos segurados, permitindo precificação dinâmica.
- Blockchain: Tecnologia que promete revolucionar contratos de seguro, tornando-os mais transparentes e à prova de fraudes.
- Personalização extrema: Apólices desenhadas especificamente para o perfil e comportamento de cada cliente.
A Ittu, como corretora que acompanha de perto estas transformações, destaca que “a tecnologia não substitui o fator humano, mas o complementa. O corretor continua sendo essencial para orientar o cliente na escolha das melhores coberturas, agora com o suporte de ferramentas tecnológicas que tornam o processo mais eficiente”.
Para consumidores, a mensagem é clara: o mercado de seguros está se tornando mais acessível, transparente e personalizado graças à transformação digital. Quem souber aproveitar estas mudanças terá acesso a produtos mais adequados às suas necessidades, com melhor custo-benefício.
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